Felipe Saratt

Felipe Saratt é poeta e escritor com participação em várias antologias de poesia e conto. Nascido no RS escreve desde a adolescência e possui diversas influências de autores clássicos. Sonha em lançar um livro solo

O sofrimento

O sofrimento do homem é uma necessidade metafísica para o aprendizado. Sofrer significa ser alçado à esfera de sensação onde as dores físicas e mentais se misturam para que cheguemos a uma conclusão sobre nossa vida.

A metafísica do sofrimento é uma forma de entender as muitas formas de conseguir conhecimento sobre nossos próprios sentimentos. O sofrimento é uma medida que nos leva ao desespero muitas vezes, mas pode servir de alavanca para que saiamos de nossa preguiça.

O sofrimento exige que sejamos fortes e que nossa alma esteja sempre preparada para os percalços que podem vir a afetar nossa vida. A alma é a psiquê e o sofrimento psíquico é uma das formas de sofrimento mais cruéis pois nos ataca no que temos de mais sutil. Nossas emoções.

Enfim, o sofrimento é uma sombra em nossa vida. Temos que alimentar a alegria e o gozo para pelo menos tentar fugir do sofrimento que já levou tantas pessoas embora do plano físico

A plenitude do homem

O homem possui sua própria consciência para entender o mundo que o cerca. Nossos cinco sentidos são a maneira de interpretar o mundo que nos cerca.

Somos seres de sensibilidade passiveis de percepção. Somos a nata da cadeia evolucionária. Nascemos vivemos e morremos e para viver precisamos entender o mundo que nos rodeia.

Imaginem o trabalho das eras para chegar no grau de evolução que chegamos. Somos seres que sentem amam odeiam e também fazem mal uns aos outros.

Temos que ter a consciência que não vivemos sozinhos e que as estruturas do nosso pensamento formam complexas metafísicas e métricas para tentar entender até mesmo deus.

A humanidade trabalhou para construir uma civilização e para melhorar sua vida de maneira a ter mais plenitude. Temos que ser harmoniosos com nossa natureza e nossos instintos.

Freud intuiu três instâncias para nossa psiquê. Pois a mente está a parte do corpo apesar de suas funções estarem agregadas ao nosso cérebro físico.

Somos complexos em nossa constituição e servimos de nossas habilidades para criar e perceber o mundo de maneira a conseguir dividendos para nossa sociedade.

Ter empatia é uma maneira de perceber o outro e ele dentro de nós. Por isso temos que aprender sempre mais a expandir nossa consciência ao máximo para vivermos uma vida mais plena.

O guerreiro

Howard o guerreiro caminhava em meio a floresta densa. Um verde pastel saturou seus olhos e uma estranha melancolia grassava seu coração. Ele caminhava por uma trilha estreita e ouvia atento aos ruídos daquele lugar selvagem. Seus passos se misturavam aos ruídos selvagens e sua lâmina em punho segurada com a devoção de um guerreiro de sangue, ímpio e cruel. Seus olhos negros e selvagens percorriam cada canto daquele labirinto verde. Suas mãos não esboçaram um só tremor nem qualquer sinal de fraqueza. Sua alma foi forjada no aço das guerras burlada pelo estrondo monstruoso das batalhas. Seus cabelos compridos e negros corriam pelos ombros fortes e sua alma gritava a febre sedenta de sangue. Era uma estátua de ferro pronta a atacar.

Ele enxergou ao longe uma clareira enquanto a mata densa começava a escassear. Ele segurou firme sua espada e foi em direção à clareira. Um ciclópico templo de mármore dourado resplandecia. Ele cheio de deslumbramento e ao mesmo tempo terror, vislumbrou aquele tempo e olhou imediatamente percebendo que seu cume se perdia nas nuvens dum céu azul pálido. O portal era imenso e feito de ferro forjado. Dois ídolos monstruosos um na lateral esquerda e outro da lateral direita. Então um dos atalaias com uma voz pastosa falou."O que queres aqui forasteiro?" O guerreiro com voz tonitruante então retorquiu. " O que são vocês e este templo?" " Somos os vigilantes deste lugar assombrado. Nenhum mortal entra aqui a séculos". O guerreiro então guardou sua espada e fitou com assombro aquele estranho lugar. Sua alma se inebriou de algo indefinível. Então foi e puxou o portal de ferro enegrecido. A porta rangeu e soltou um doloroso gemido. Quando ele a arrastou uma revoada de morcegos voou para fora. Ele então foi entrando no imenso palácio. Mal sabia ele que ali vicejaria sua perdição.

O dança da guerra

Ele é um guerreiro sobre a luz da lua. A vida era um sonho ceifado. Seu nome é Theftém. É um vate guerreiro. Um bardo de espada em punho. A lua prateada o amaldiçoou com o sono dos loucos. Ele caminha numa rua deserta onde casas velhas se espalham.

Sua consciência é algo triste pois ele lembra de fatos que o levaram a esse momento. Sua alma é um sonho distinto ardendo na febre da escuridão. Ele caminha num rumo que desconhece. Ele vê as ruas sujas e os mendigos imersos na reza redentora de uma vida desesperada. Ele passa para olhar o céu que jaz como um paciente anestesiado. Ele sangra. Sua alma também. Ele pensa na mulher e filho ceifados e sua alma ainda lembra com melancolia dos bons momentos. Ele cumprimenta o abismo para depois se jogar nele. Theftten carrega correntes de ferro nos passos e cambaleia em sua loucura. Ele afugenta os fantasmas com uma tosse crônica. Sua pele cheia de pústulas lhe coça sofregamente. Ele caminha para um fim que desconhece. Sua alma, fiapos estendidos para secar lágrimas nos varais do abismo. Ele sabe que vai dormir e ter pesadelos. Sua noite vai ser longa, mas ele precisa tocar sua lira e manejar sua espada.

Esse reino de caos que se instaurou com a morte do rei Mhoani e a coroação de seu filho bastardo Rhestruor foram catastróficos e jogaram a cidade no abismo mais profundo do descaso e da miséria. Sua alma chora por ter um ditador mandando num reino que outrora era próspero. Ainda mais um homem sanguinário e sem escrúpulos. Os habitantes ainda sofrem os efeitos de uma peste. A dor de todos se espelha em seus olhos. Outrora matador de dragões e feras do inferno. Agora Theften é um joguete de sua própria doença. Perdido em seus devaneios e de suas sombras íntimas assombrado por memórias de um futuro incerto.